Wellcome

segunda-feira, 10 de março de 2008

Barba, Cabelo e Bigode


"Meu cabelo é verde, amarelo, violeta e transparente/minha caspa é de purpurina/minha barba é azul anil."

Mutantes em: "a hora e a vez do cabelo crescer"


Entre som e atitude, diversão e militância, messianismo e anarquia, o que manda mesmo no mundo do por-rock é o estilo. O Lobão tinha mesmo razão quando disse que "é tudo pose", e pra posar tem que ter estilo. A revista Super Interessante publicou em uma de suas recentes edições, uma matéria sarcástica com o título: "como fazer sucesso mesmo sem ter talento", e uma das dicas era justamente pra criar um estilo. "seja bonito, ou seja feio demais", dizia a matéria, "seja diferente". Pra começar, um bom penteado é importante, já que o cabelo é parte fundamental para se ter um visual estiloso. O pessoal da soul music, na década de 70, celebrizou os famosos cabelos "black power" como os de Sly and Family Stone, The Temptations, Earth, Wind and Fire e etc. Michael Jackson também tinha "cabelo duro, sarará crioulo" no início de carreira, mas depois de estranha metamorfose transformou-se em uma criatura pálida de cabelos lisos, a qual Madonna chamou de "space allien drag queen", algo como "bicha transformista alienígena".Por aqui Tim Maia e Sandra de Sá ajudaram a popularizar o "black power". A tribo reggaeira popularizou as famosas tranças rastafári; Já com a turma do rock, no princípio eram os topetes cheios de brilhantina como os de Litle Richards, Bill Halley, Elvis e o resto da turma. Depois vieram as franjinhas dos Beatles na fase "iê-iê-iê", os quais mais tarde, na fase hippie, adotaram vastas cabeleiras. Depois esse visual de cabelos longos foi adotado principalmente pelas bandas de hard rock e heavy metal. O que seria dos metaleiros sem suas cabeleiras para sacudirem acompanhando os pesados riffs de guitarra?

Na década de 70, portanto, reinaram os roqueiros cabeludos. Foi o estilo da época, e até o rei Roberto Carlos aparecia cabeludão na capa de seus LPs. Mas aí chegaram os punks com cabelos curtos e coloridos, ou cortados no estilo moicano, Porém, como toda regra tem exceção, os Ramones eram punks mas usavam cabelos longos. Existem também aqueles roqueiros que no início de carreira, quando ainda jovens, eram cabeludões, mas com o passar do tempo e o peso da idade se tornaram calvos como Joe Cocker, Phil Collins e Herbert Vianna. O Herbert até radicalizou e raspou os fiapos laterais que ainda sobravam e ficou com a cabeça lisinha. Certamente os cabelos marcaram o visual de muita gente no pop-rock, como os cabelos loiros e longos estilo "Barbie" de Rick Wakeman, tecladista do Yes, do guitarrista albino Jonny Winter, de Humberto Gessinger dos Engenheiros do Havaí e de Sebastian Bach do Skid Row; os cabelos "descabelados" da turma do The Cure e os cabelos coloridos de Pepeu Gomes e Baby Consuelo. Dentre as mulheres, já que falamos da Baby, ficaram famosos os cabelos espetados de Tina Turner, o penteado estilo "bolo de noiva" das meninas do B 52's, o loiro de Madonna copiando Marylin Monroe, o cabelo espalhafatoso da bizarra Nina Hagen e a falta de cabelo de Sinead O'connor.

No quesito barba, os barbudos mais famosos do rock são os caras do ZZ Top, até porque são as barbas mais longas já ostentadas por roqueiros. Ao responderem sobre o porque daquele visual, eles disseram: "nós passamos algum tempo no Havaí, e lá tem coisas muito mais interessantes pra fazer do que barbear-se, aí acabou que ficamos assim". Por aqui, Raul Seixas usava bigode e cavanhaque; Bi Ribeiro dos Paralamas deixou uma barba estilosa e Nando Reis anda por aí com sua barba avermelhada, mas os barbudos tupiniquins mais famosos são os caras do Los Hermanos. Só não se sabe por que, sendo os quatro integrantes barbudos, só o baterista Rodrigo tem o apelido de "barba". Em sua fase hippie, os Beatles, além dos cabelos compridos como já foi dito, adotaram também as barbas longas, com exceção de Ringo Star que ficou só no bigode. E é com os bigodes que fechamos a redação, com os bigodudos famosos do rock como o Frank Zappa, Renato Russo na época dos shows após o lançamento do álbum "as quatro estações", e o mais famoso de todos, o bigode do talentoso e performático Freddie Mercury. Estilo era com ele mesmo, e o bigodinho ajudou muito a compor a imagem de "gay machão", com aquela jaqueta de couro cheias de arrebites e quepe de policial, ou mesmo no clip de "I want to break free" quando ele se travestiu de dona-de-casa, com bobs nos cabelos e dando faxina na casa, o bigodinho também estava lá... o nosso Freddie era realmente o rei da pose.

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