Wellcome

sábado, 8 de setembro de 2007

O Nome, A Cor e a Flor


“queixo-me às rosas./ que bobagem, as rosas não falam,/simplesmente as rosas exalam/ o perfume que roubam de ti.”
Cartola, em “as rosas não falam”




Rosa no nome, rosa na cor, rosa na flor... o “pink” do Pink Floyd não se referia à cor. O nome Pink Floyd era uma homenagem aos dois bluesmans favoritos de Syd Barret: Pink Anderson e Floyd Council. Rosa no nome também tem o Samuel do Skank, uma das grandes bandas da geração 90. Da geração 80/90 tem também o Gun’s n’ Roses, mas, muito antes deles o mundo sempre foi dividido entre armas e rosas. E teve até uma arma que virou rosa... não, não me refiro à flor e sim à “rosa de Hiroshima, a rosa hereditária/a rosa radioativa, estúpida, inválida/a rosa com cirrose a grande rosa cálida” como cantaram os Secos e Molhados; e contra essa rosa, a geração “flower power” despejou canções floridas, com pacifistas como Jonh Lennon e Bob Dylan.
A pantera do rock and roll nunca foi cor-de-rosa. A banda Pantera, liderada pelo mal encarado Phil Anselmo, mandou letras negras como “cowboys from hell” e “cemetery gates”, mas o som do rock foi surrealisticamente rosa, pelo menos em um dos últimos discos de estúdio do Pato Fu, que foi batizado de “ruído rosa”.
Rita Lee cantou: “por isso não provoque./é cor de rosa choque...” na letra de uma das mais célebres canções em homenagem a mulher. Mas tem gente que acha que a cor “rosa” representa apenas estereótipos de mulher. A patricinha, a boazinha, a frágil, a sensível, destoando assim da imagem da mulher “machona”, da guerreira, da lutadora que as feministas pregam. Mas a mulher tem mesmo esses dois lados, como bem cantou a Rita em outra parte da canção exaltando o “sexo frágil” que não foge à luta.
O nome da..., a cor de..., e pra não dizer que não falei de flores, foi a Ana Carolina quem disse (na canção intitulada “rosas”) que toda mulher gosta de rosas. E vale lembrar o cenário florido no qual o Nirvana gravou seu “acústico MTV”: Todas aquelas rosas e aquela iluminação fúnebre parecia um velório antecipado de Kurt Cobain. E o clip da música “perfeição” da Legião Urbana, com Renato Russo deitado na relva e as pétalas de rosa caindo sobre ele, fazendo lembrar um poema em que Fernando Pessoa pedia: “...coroai-me de rosas”. E em matéria de rock Brasil, Renato é o rei. Coroai-o ... de rosas.

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