Wellcome

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Febre Amarela


"mais amarelo que arroz de forno

Voltei pra casa em plena dor de corno

Quebrei o vídeo da televisão"

Aldir Blanc em "bandalhismo"


O amarelo é a cor do momento. Afinal de contas, as olimpíadas vão ser realizadas na China, e os amarelos asiáticos estão a fim de fazer bonito. O que não está nada bonito é a Saúde Pública no Brasil: como se não bastasse os surtos de dengue, o país está sob a ameaça de uma epidemia de febre amarela. As nossas autoridades não estão nem aí. Todo mundo sabe que o negócio deles são as "verdinhas" e eles nem querem saber de amarelo. O amarelo de nossa bandeira, representa "as nossas riquezas, o nosso ouro". Nosso? deles lá... os nossos políticos já "surrupiaram" quase tudo, e o amarelo de nossa bandeira já deve estar desbotado.

Quem gosta de amarelo é a banda Cold Play, que no CD "parachutes" lançou uma canção com esse título. Ninguém entendeu o sentido da letra, mas eles amarelaram tudo. eles diziam:"olhe as estrelas/olhe como elas brilham pra você/ e elas são amarelas..." e "eu escreví uma canção pra você/e ela se chama "amarelo..."". Outra célebre canção "amarela" é "goodbye yellow brick road" de Elton Jonh, aliás, uma das mais bonitas de seu repertório, ainda lá no início de sua longa carreira. Na canção, ele dava "adeus a estrada de tijolos amarelos/onde os cães da sociedade úivam" e "finalmente decidia que seu futuro estava além da estrada de tijolos amarelos".

E quem não se lembra de "yellow submarine", a velha canção dos Beatles? nela, Lennon, MacCartney e cia. diziam que todos nós vivemos em um "submarino amarelo". E há alguns anos atrás, houve um projeto beneficente aqui no Brasil, capitaneado por João Barone, dos Paralamas, chamado "submarino verde e amarelo". Foram shows que viraram CD e DVD, e que traziam artistas de diferentes estilos, como: Lobão, Zé Ramalho, João Bosco e Jota Quest, todos eles cantando músicas dos Beatles.

Podemos citar também "yellow river", canção do obscuro cantor Christie, mas que fez muito sucesso por aqui, inclusive com uma versão impagável da banda João Penca, na qual eles cantavam: "e ela é horrível, e ela é horrível/espalha o medo por onde vai...". Nada a ver com a letra original, que dizia: "Yellow River, Yellow River, está em minha mente.../amanhã à noite você vai me encontrar/dormindo sob a luz da lua em Yellow River."

Caetano Veloso tem uma música chamada "trem das cores", mas nela, que surpresa! verde, rosa, laranja e um monte de azul... e nada de amarelo. Caetano tem também uma música chamada "rai das cores". Lá também tem branco, preto, azul... e nada de amarelo. Definitivamente o nosso Caetano não é chegado a um amarelinho. Djavan, por sua vez, na canção que tem por título "azul", faz menção ao amarelo: "até o sol nascer AMARELINHO/queimando assim cedinho, cedinho/core e vai dizer pro meu benzinho...o amor é azulzinho."

Poderia citar ainda "sítio do pica-pau amarelo" do Gil; "Azul e amarelo" de Cazuza; "o homem amarelo" do Rappa, mas a canção brasileira que amarela tudo é mesmo "faixa amarela" do Zeca Pagodinho. "vou comprar uma faixa amarela/bordada com o nome dela/e vou mandar pendurar/na entrada da favela." Mandou bem, Zeca! Os chineses agradecem... juntamente com outros amarelos e amarelas famosas como: A camisa da seleção brasileira de futebol, as pilhas Ray-O-Vac, as Páginas Amarelas, Os Simpsons, a gema do ovo, a fanta laranja... ou a cor da fanta seria "laranja"?


P.S. Os versos do Aldir Blanc, lá da introdução, são de uma paródia que o Aldir fez de um soneto de Augusto dos Anjos, chamado "vandalismo"... aqui vai o tal soneto na íntegra:


Bandalhismo
Meu coração tem butiquins imundos,

antros de ronda, vite-e-um, purrinha,

onde trêmulas mãos de vagabundos

batucam samba-enredo na caixinha.


Perdigoto, cascata, tosse, escarro,

um choro soluçante que não pára,

piada suja, bofetão na cara

e essa vontade de soltar um barro...


Como os pobres otários da Central,

já vomitei sem lenço e sonrisal

p.f. de rabada com agrião...


Mais amarelo que arroz de forno,

voltei pro lar, e em plena dor-de-corno

quebrei o vídeo da televisão.

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