Wellcome

domingo, 7 de outubro de 2007

Isso é que é!


“faltava abandonar a velha escola,/tomar o mundo feito Coca-Cola...”
Lulu Santos em “o último romântico”



Houve uma época em que a briga da Coca-Cola era com a Pepsi. “Briga” no bom sentido. Na busca pela preferência do consumidor, na disputa pela maior fatia do mercado, na luta para vencer a concorrência na base da propaganda e do marketing. Daí apareceram os chamados “mendigões”, aqueles refrigerantes mais baratos que ficaram com uma boa fatia de consumidores com menor poder aquisitivo. Houve até um “barraco” entre a Coca-Cola e uma dessas novas marcas de refrigerantes, a Dolly. Acusações de um lado e de outro, e eu me lembro até que a Dolly espalhou alguns outdoors pela cidade com os dizeres: “confirmado. A Coca-Cola utiliza folhas de coca.”.
Ora, se eu bem me lembro, nas tampinhas das embalagens mais antigas da Coca, vinha escrito na descrição dos ingredientes: “refrigerante à base de extrato de coca e noz de cola”, o que depois foi mudado para: “extratos vegetais e cafeína”. Ou seja, o pessoal da Dolly “descobriu a América”.
Mas, com ou sem extrato de coca, o fato é que a Coca (Cola) vicia. Não é à toa que ela é uma das marcas mais famosas do mundo, um dos produtos mais consumidos do planeta. Salvador Dalí e Andy Wahrol retrataram a famosa garrafinha em sua arte. E ela já apareceu também na letra de várias canções, afinal, a Coca (cola) é pop. Além da de Lulu Santos que foi citada na introdução,
podemos citar “alegria alegria” do Caetano: “eu tomo uma Coca-Cola,/ ela pensa em casamento/ e uma canção me consola...”; Jackie Tequilla, do Skank: “Jackie Tequilla, Coca-Cola e água/ égua, língua, míngua minha mágoa.”. Na música “chocolate” o Tim Maia canta: “não quero Coca-Cola, eu só quero chocolate...”, mas aí o páreo é duro, pois o chocolate também vicia e é outra grande paixão mundial. É difícil entender o sentido da letra de “come together” dos Beatles, mas lá tem um personagem que atira em garrafas de Coca-Cola.
As canções de protesto também mencionaram o famoso líquido escuro. Quem não se lembra de “geração Coca-cola” da Legião Urbana? E de “revoluções por minuto” do RPM que dizia: “agora a china bebe Coca-Cola/ e aqui na esquina cheiram cola...”? Na canção “movido a álcool”, Raul Seixas faz um protesto bem humorado contra a transformação do álcool em combustível, o que segundo ele, diminuiria o estoque de “cana” nos botecos. E em uma parte da letra ele diz: “veja o poeta inspirado em Coca-Cola,/que poesia mais estranha ele iria expressar!”. Na poesia eu não sei, mas nas letras de canções pop ela encaixou-se muito bem. E ainda tem a música “terra de gigantes”, dos Engenheiros do Havaí, que tem aquele famoso verso: “a juventude é uma banda/ numa propaganda de refrigerante”. E quem ousaria dizer que esse “refrigerante” que o Humberto Gessinger citou na letra não é Coca-Cola?



P.S. Não recebi um centavo da Coca-Cola pelo merchandising...

Um comentário:

Unknown disse...

Oi! Muito interessante esse texto! Gostei muito! Através da Coca-Cola conseguiu fazer um "passeio" através das músicas de diferentes épocas e intérpretes. Parabéns! Beijos. Claudia